Ayurveda e Yoga
O objetivo deste blog é divulgar e expandir os ensinamentos das tradições orientais, voltados especificamente para a prática da Ayurveda e da Yoga como caminhos de desenvolvimento pessoal e mudanças integrais.Farei dele um singelo roteiro deste mundo, e espero que cada leitor que passar por aqui possa encontrar algo que ressoe em sua experiência.Bem-vindos, Namastê!
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Os Doshas
sábado, 11 de agosto de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Elemento terra - O fechamento de um ciclo
domingo, 11 de março de 2012
Agni - O Fogo da Vida
O tempo é uma experiência, e não algo a ser medido.
A Ayurveda existe como conhecimento igualmente popular e transcendental há mais de 7 mil anos, e até hoje se mantém e se espalha desta forma.
Espero que o pequeno ano que nos distancia do último acréscimo a este blog tenha sido pequeno o suficiente para manter-lhes o interesse, mas grande o bastante para ter deixado saudades!
A mim deixou, e é por este motivo que aqui retorno para recapitular o que foi feito e dar seguimento à expansão de conhecimentos sobre esta ciência milenar.
Dentro de nosso percurso pela Ayurveda, conseguimos nos aproximar melhor de seu modo de compreender homem e mundo , de suas formas de atuação na saúde e de como todos eles tem como base os cinco primordiais elementos da natureza: espaço, ar, água, fogo e terra.
Começamos, então, por onde tudo começa: pelo Espaço. Não há evento que se dê fora dele, nem vida que sem o mesmo se manifeste.
Seguimos pelo Ar, que inicia os movimentos do corpo e faz respirar a vitalidade.
Continuamos pela água, que abastece as funções de unificação e dissolução do organismo, dando o sutil e primeiro passo na direção da transformação.
E hoje, tomaremos o rumo do elemento diretamente responsável por este processo de mudanças:
O Fogo.
Na história do ocidente, a ‘descoberta’ do fogo foi responsável por grandes mudanças na sobrevivência, na qualidade de vida e na alimentação dos povos. No oriente, o fogo é tão antigo quanto a vida, e inseparável dela.
O processo basal que mantém vivo os seres humanos* é a alimentação, e toda a saúde na Ayurveda será sempre medida pela qualidade do processo digestivo daquele que nos vem ao encontro.
Este processo é fundamentalmente executado por agni, o fogo digestivo. Agni é a força vital capaz de digerir os alimentos e dar bom destino a eles, e funciona como uma fogueira que precisa sempre estar acesa para que possibilite essa transformação.
O fogo de agni não se restringe ao abdômen, e se encontra também, sob outras formas, em todo o corpo, digerindo pensamentos, emoções e dissolvendo excessos – como o muco. A saúde de nossa tez, nosso bem estar hepático e a acuidade de nossa visão são também responsabilidades de agni.
Nenhuma reação em nosso corpo ocorreria se não fosse temperada pelo calor certo. Um corpo exposto ao frio começa a padecer, assim como aquele que se eleva demasiadamente em temperatura perde a capacidade de manter suas estruturas. O Fogo vital é aquele que permite as transformações mais essenciais em nosso organismo: assim como vemos um vegetal modificar sua estrutura quando exposto ao cozimento, podemos compreender que alimentos ingeridos e passados pelo crivo do fogo digestivo em nosso corpo se tornam energia, sustento e remédio.
Veremos a diante como a alimentação é a maior ferramenta curativa da Ayurveda, e como ela influencia diretamente a qualidade desta ‘fogueira’ que citei.
Na natureza existem horas, estações e lugares mais quentes, todos estes influenciando o corpo do qual se fala, no momento em que dele se fala. Desta forma, é visível como o fogo permeia toda a vida, não apenas aquela que reconhecemos dentro de nosso contorno físico chamado de ‘corpo’.
É importante que comecemos aqui a criar uma certa identidade para os elementos, pois em breve eles começarão a se combinar no entendimento das estruturas e funções mais complexas do corpo, bem como na compreensão dos mesmos em todos os alimentos. É esta compreensão que permite que combinemos os tipos de alimento com os tipos de corpo, promovendo a manutenção ou o reestabelecimento da saúde.
Peço a vocês que não deixem nenhuma dúvida sem resposta! Será um prazer conversar diretamente sobre alguma questão que venha a surgir.
No próximo encontro falaremos do último dos elementos: a Terra. Ela é o pico da condensação física, e veremos como podemos vivê-lo a nosso favor!
Espero vocês lá, grande abraço!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
No que a Ayurveda pode te ajudar?
Às vezes parece que sistemas de medicina tratam de assuntos muito gerais, depersonalizados ou que podem nos atingir num nível muito superficial, relativo àquilo que serve para ‘todo mundo’.
Tratando-se de um sistema milenar então, como a Ayurveda, esse distanciamento pode aumentar devido ao questionamento da contextualização da prática.
Estamos lidando, porém, com uma ciência que transpassa todos esse obstáculos. A Ayurveda, por milenar que seja, mantem em seu âmago a essência necessária para a sempre juventude: mira as estruturas e formas pelas quais a experiência se dá e a relação do indivíduo como o todo. Atendo-se a essas características, a inteligência que a move proporciona sua constante renovação, pelo olhar atento e perspicaz através do qual percebe a natureza.
Aquilo que chamamos de concepção ‘holística’ se faz presente nesse caso de maneira basal: toda a compreensão de experiência ayurvédica integra as partes componentes da vida. Elas são apenas separadas em nosso olhar analítico, que se esforça para quebrar o que é e sempre foi uno. Partir deste ponto permite que o trabalho tenha efeitos muito facilmente sentidos, pois aborda nossa experiência de mundo como ela é. Trata também de detalhes, elementos pontuais e distintos, mas sabendo que estes podem apenas ser pensados assim porque já de inicio pertencem a algo inteiro.
O complemento desta visão holística é o reconhecimento da vida como expressão única em cada exemplar. Cada rosto, cada ser, cada pessoa é genuinamente a sabedoria da vida em funcionamento, e acessá-la permite que o cuidado para com aquilo que está relegado se torne mais próximo e original. Ao passo que podemos encontrar regras comuns de funcionamento e caracteres que dividimos com todos os seres, de fato não há um ser igual ao outro, um corpo que se processe da mesma forma que o seguinte ou uma emoção que siga a mesma linha da vizinha. Capacitar um terapeuta a olhar desta forma aquele que se aproxima é entregar a ele com sabedoria a ferramenta do conhecimento, que ao invés de rotular, instrumentaliza o saber para que funcione com cada indivíduo.
Logo, a pergunta inicial pode ser respondida não muito satisfatoriamente... Talvez deixe a impressão de ser resposta vaga, com a possibilidade de elucidá-la através de alguns exemplos.
A Ayurveda pode te ajudar exatamente naquilo que você precisa de ajuda...
E ter olhos para localizar o que isto significa é parte importante do processo, que reconhece o único em meio ao genérico, sem limitá-lo por isso.
A medicina indiana trata tanto diretamente de problemas ‘pontuais’, como: má digestão, gastrite, falta de ar, taquicardia, irritações da pele, aumento ou perda de peso, stress, ansiedade, má circulação, má excreção, depressão, fadiga, hiperatividade e muitos outros, quanto é capaz de compreender a forma pela qual toda a experiência de estar ‘doente’ ou sentir-se desconfortável se dá a cada um. O convite é a possibilidade de lidar assertivamente com aquilo que incomoda, e ainda assim não perder de vista a forma pela qual isso se dá, bem como a capacidade de encarar tais questões e o desenvolvimento humano e emocional que o acompanham.
Exemplos cooperam, mas talvez realmente apenas a própria experiência seja capaz de clarear o tom vago da resposta, e faça surgir uma compreensão límpida e clara do que é curar-se, crescer e mudar.
Boa jornada!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Cinco Elementos: A Água
Olá amigos!
Prosseguiremos hoje com o apreço dos cinco elementos, nos aproximando então daquele chamado ÁGUA.
Quase me dá sede só de citar essa palavra... Digo isso porque é necessário entender que os elementos na Ayurveda são muito mais uma experiência do que um objeto externo e alheio a nós. Água, portanto, é mais que H2O, mais que uma gota; e sim a relação que temos com ela, o modo como nos afeta e nos transforma.
É impossível, aliás, falar de água e não falar de transformação. Há vários níveis de transformação na Ayurveda, e certamente a água é o mais sutil deles. Veremos mais adiante como o Fogo é o que representa de forma mais conduntende esse processo, mas que, por ser mais sutil, a água não deixa de ser igualmente transformadora. Ela apenas o faz em um nível distinto, o qual explicaremos a seguir, complementando com algumas questões.
Uma delas é a fundamental capacidade que a água possui tanto de dar liga quanto de dissolver. Se sairmos do modo comum fracionário com o qual costumamos pensar as coisas, e aceitarmos um entendimento que reconheça que qualquer coisa que seja está inextricavelmente relacionada com seu oposto, poderemos compreender como a água é, concomitantemente, o que dissolve e o que unifica. Se unifico terra e água, dissolvo ao mesmo tempo suas identidades iniciais, de ‘terra’ e ‘água’, para então formar ‘lama’. Dissolvendo os alimentos ingeridos nos sucos gástricos, damos unidade a proteínas, e também a toxinas, que podem então ser encaminhadas para o processo de excreção. Quando expelimos estas pela urina, por exemplo, estamos nos dissolvendo através de uma das muitas águas do corpo.
Além da digestão, as águas são essenciais em diversas funções em nosso organismo, como na preservação das articulações e no cérebro. Na primeira, elas mantém sua umidade, permitindo a promoção de desbloqueios; e no segundo caso, funcionam como proteção aos atritos cranianos, formando também uma malha que possibilita a passagem nervosa. Esta água cerebral tem um grande papel também junto às emoções, e é conhecida na Ayurveda como “a água do contentamento”. É ela a responsável pelas sensações de bem estar e boa disposição que somos capazes de experimentar.
Acredito que esses exemplos sejam capazes de nos deslocar do pensamento lugar-comum que apenas nos informa de que somos feitos de três quartos de água; o que parece não fazer muito sentido em nossa experiência, já que costumamos nos sentir tão sólidos... Essa quantidade de água é água em movimento, em transformação, gerando vida em nosso corpo. Não somos reservatórios de água parada, mas cenários de constante movimento, que, através desse elemento, encontra sua capacidade de se unificar, comunicar e dissolver.
Mas não basta agora começar a beber os famosos dois ou três litros de água por dia. Excessos são tão maléficos quanto ausências, e há de se pensar em quem está bebendo essa água. Cada organismo funciona de uma forma peculiar, e alguns já possuem mais água por natureza, precisando então controlar sua ingestão para não recair em uma retenção de líquidos. E é preciso lembrar também que alimentos como frutas e vegetais possuem grande quantidade de água, e que, ao ingerí-los, já estamos igualmente nos hidratando e preservando todas essas importantes funções sobre as quais conversamos.
Mas e você... Como andam as suas águas?
Abraços e até a próxima!