O objetivo deste blog é divulgar e expandir os ensinamentos das tradições orientais, voltados especificamente para a prática da Ayurveda e da Yoga como caminhos de desenvolvimento pessoal e mudanças integrais.

Farei dele um singelo roteiro deste mundo, e espero que cada leitor que passar por aqui possa encontrar algo que ressoe em sua experiência.

Bem-vindos, Namastê!


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Os Doshas




Já fazia tempo que eu devia uma atualização por aqui e, pra quem acompanha o site (www.contatoemsaude.com.br), fica claro o motivo... Muitas coisas rolando, mas todas bacanas e que, se não justificam, ao menos explicam a ausência pelas terras de cá!
Mas o importante é que hoje estamos aqui de volta, e vamos dar sequência ao que viemos estudando e conhecendo ao longo do tempo em que nos comunicamos por aqui.

Até então, já falamos sobre a Saúde na Ayurveda e sobre sua forma de trabalho, e conversamos sobre a primeira rota básica desse sistema medicinal: os Pancha Maha Buthas - Os Cinco Grande Elementos (se quiser recordá-los, clique aqui ao lado e veja o texto de cada um!).
Na compreensão védica, todo o Universo e tudo nele é composto de combinações e proporções diferentes de Éter, Ar, Água, Fogo e Terra. Esses elementos se misturam de formas diversas para dar origem às manifestações naturais, às diferentes partes e funções do nosso corpo, aos alimentos, aos sentimentos e às sensações... Nosso espectro mental e emocional é igual e basicamente formado por estes elementos, o que vai nos abrir ainda muitas discussões bacanas sobre a forma como sentimos e experimentamos o mundo!

Hoje, porém, quero começar por uma via que vai nos ensinar o suficiente pra continuar conversando futuramente sem perder o fio da meada:
Os Doshas!

Essa palavra (dosha) talvez seja a mais famosa dentro da Medicina Indiana, e é também amplamente considerada na Yoga, mesmo que nem sempre esse fato seja explícito durante as práticas. Isso acontece porque os doshas são essenciais no reconhecimento da nossa natureza e daquilo que será mais adequado à nossa vida, em diversos de seus aspectos, ao longo do tempo, para benefício de nossa Saúde.

O termo dosha, de fato, significa "obstáculo". 
Isso pode inicialmente parecer confuso, já que "obstáculo" não seria o mais indicado para a base de uma ciência que estuda a Saúde e a Longa (e boa) Vida. Mas o estranhamento logo se desfaz quando nos aprofundamos no tema e descobrimos que esse obstáculo é uma contraposição à idéia de natureza absoluta e perfeita que mantém a vida: diante dela, somos manifestações materiais que volta e meia "dão defeito", se mostrando como um "obstáculo" na tentativa da natureza absoluta se mostrar.
O termo não é pejorativo essencialmente, apenas ratifica o caráter de funcionalidade dos fenômenos da vida diante de um caráter mais absoluto daquilo que se crê como o reservatório de todo o ser.

Os Doshas são então detalhadamente descritos pela Ayurveda para que possamos nos aproximar da exata forma como funcionamos, de modo que possamos intervir nesta para direcionar a manifestação vital a um campo de Saúde e Consciência.
Eles são três e compõem as principais formas de existência, e se denominam por: Vata, Pitta e Kapha.

Cada um representa a junção de dois daqueles Cinco Grandes Elementos que estudamos anteriormente, carregando em si as qualidades e características de ambos os que contém.

Vata é formado por Ar e Éter, e se torna assim, o mais leve e volátil dos doshas, representando em nosso corpo todos os processos sutis e rápidos, e em nossa mente toda a abstração e criatividade.

Pitta é a junção de Água e Fogo, sendo o principal diretor de nosso metabolismo por sua capacidade de gerar calor. A Água lhe confere maleabilidade e densidade, levando ao campo emocional sentimentos e sensações intensas e fortes!

E, por último, mas não menos importante, está Kapha com a união de Água e Terra, tornando-se o mais denso dos três e representante de tudo que é matéria e massa em nosso corpo. Em termos subjetivos, essa influência é muito sutil e profunda nas emoções, e muito amorosa quando equilibrada.

A partir desses três nomes que hoje lhes foram apresentados, poderemos aprofundar e conhecer muito mais sobre Ayurveda e, principalmente, sobre nossa Vida e Saúde daqui para frente!

Espero vocês para mais um capítulo dessa história, onde vamos conhecer um pouco mais sobre o Dosha Vata.

Até lá e boa leitura!

sábado, 11 de agosto de 2012

Hoje já temos mais uma forma de comunicação!
Sua proposta é diferente daquela que traçamos aqui, de leitura e aprendizado. Portanto, continuaremos nossos estudos em breve. 

Convido-os hoje a, através do site www.contatoemsaude.com.br, conversar sobre como todos esses preceitos aqui expostos podem ser aplicados ao dia-a-dia e à vida!

No site Contato em Saúde você verá informações sobre Ayurveda e seus tratamentos, mas também sobre Psicologia e Grafologia.

Ficou curioso? Faça uma visita!

Descubra sobre o mundo prático da Ayurveda e sobre como ele pode chegar até você!

Deixe sua mensagem na área "Contato" com suas sugestões, pedidos ou recados.

Vamos juntos agora em mais um local, em mais um Contato em Saúde.


domingo, 1 de julho de 2012



contato em saude psicologia, ayurveda e grafologia


    Com uma percepção um pouco mais atenta, é possível notar que os diversos caminhos existentes de explicação ou descrição da vida não necessitam sobrepujar-se. Desde que se tem notícia sobre o conhecimento, há uma imensa diversidade de teorias, práticas e entendimentos, e muitos deles puderam promover a saúde, a vida e o bem-estar, sem, no entanto, anular uns aos outros.
A partir do aumento do fluxo de trocas ultimamente, temos podido conhecer culturas e práticas variadas que, por vezes, confirmam os mesmos preceitos, e se regem por parecidos ideais. Nos é mostrado que a qualidade advém de uma vastidão de possibilidades, e assim, convido a todos que acompanham parcial ou integralmente este blog, a conhecer, juntamente à Ayurveda, mais dois caminhos de Saúde: a Psicologia e a Grafologia.  


Em breve, poderemos manter nosso contato pelo site: www.contatoemsaude.com.br


     Nele, estas três áreas ganham espaço e se mostram um pouco mais, revelando também como funcionam os atendimentos e os tratamentos, e como é possível colocar todo este conhecimento em prática.

   Nosso caminho também continua aqui, e o blog permanece vivo para ampliar ainda mais o que a Ayurveda tem de melhor para dar à vida.

     Logo mais, aguardo sua presença nesse novo contato; nosso Contato em Saúde.






domingo, 3 de junho de 2012

Elemento terra - O fechamento de um ciclo



Olá leitor, amigo, paciente! Parece clichê, mas como os clichês costumam nos expressar muito bem, sigo sem receio: sua presença é MUITO importante aqui! 

Espero que me acompanhe na última parte da jornada que transcorreu os PANCHA MAHABUTAS: Os Cinco Grandes Elementos!
[Em sânscrito: Pancha, “cinco”; Maha, “grande” e Butas, “elementos”].

Neste último passo, chegamos não somente ao fim de um ciclo, mas igualmente presenciamos o ápice das transformações dos elementos primordiais. A terra é o cume do processo que alcança a solidez, e representa a condensação última de todos os seus precedentes.
Na cosmogenética dos Pacha Mahabutas um elemento dá origem ao outro, em uma série de mudanças que nas quais as características de um dão esteio às características do próximo.
A terra é, então, o fim deste processo de cinco partes, mas não estanca em si as possibilidades da natureza. Veremos, na próxima vez, como os Pancha Mahabutas se combinam para causar as sutilezas e complexidades no corpo humano e em toda a vida.

A terra é agente de toda substância sólida ou pesada em nosso corpo. É ela quem dá consistência, firmeza, força e rigidez. Não há vida que se estabilize sem que inclua em si a terra de forma próspera.
Nossos músculos, dentes, tendões, cabelo, pele - e muitas outras partes! - são filhos da terra, e são aqueles que mantém nossa forma de maneira mais definida e segura. A ausência deste elemento pode provocar fraqueza e instabilidade excessivas, motivando uma falta de suporte e resguardo, levando à possíveis desordens imunológicas. Procuramos, na vida, locais sólidos nos quais possamos morar e nos manter, e carecer de terra através da alimentação ou dos hábitos é como abrir mão de um aporte.

Sendo também o elemento responsável pelo sentimento de apego, estando em proporção excessiva, como manter o equilíbrio entre proporcionar-se segurança e não estagnar-se em uma rígida zona de conforto?

A busca pela descoberta é justamente a resposta. O caminhar é aquele que mostrará, em experiências, que o equilíbrio existe, pé ante pé, em movimento. E a Ayurveda é a importante ferramenta que propulsiona esse processo, buscando abarcar a equanimidade da vida em todos os seus aspectos, visando um ponto que mantenha o desafio mas, igualmente, proporcione ao indivíduo a capacidade de enfrenta-lo.

O excesso de terra, portanto, traz todos os sintomas de letargia e passividade: cansaço, desmotivação, excesso de peso, muco, toxinas... Em sua densidade, a terra pode tanto erigir uma linda construção, quanto soterrar os movimentos. Em boa proporção, assim como todos os outros elementos, ela provê saúde, bem-estar e felicidade.

A partir de todos esses temas que abordamos nos Pancha Mahabutas nos preparamos para desenvolver melhor aquilo que vamos conversar no próximo encontro: Os Doshas - A tríade ayurvédica da natureza que nos orienta na direção do equilíbrio.

Os doshas compõe natureza, corpos, emoções, aromas, sabores...
Mas esse é outro universo... E nos lançaremos a ele em breve! Vem comigo!

Até a próxima!



domingo, 11 de março de 2012

Agni - O Fogo da Vida


O tempo é uma experiência, e não algo a ser medido.


A Ayurveda existe como conhecimento igualmente popular e transcendental há mais de 7 mil anos, e até hoje se mantém e se espalha desta forma.


Espero que o pequeno ano que nos distancia do último acréscimo a este blog tenha sido pequeno o suficiente para manter-lhes o interesse, mas grande o bastante para ter deixado saudades!


A mim deixou, e é por este motivo que aqui retorno para recapitular o que foi feito e dar seguimento à expansão de conhecimentos sobre esta ciência milenar.


Dentro de nosso percurso pela Ayurveda, conseguimos nos aproximar melhor de seu modo de compreender homem e mundo , de suas formas de atuação na saúde e de como todos eles tem como base os cinco primordiais elementos da natureza: espaço, ar, água, fogo e terra.

Começamos, então, por onde tudo começa: pelo Espaço. Não há evento que se dê fora dele, nem vida que sem o mesmo se manifeste.

Seguimos pelo Ar, que inicia os movimentos do corpo e faz respirar a vitalidade.

Continuamos pela água, que abastece as funções de unificação e dissolução do organismo, dando o sutil e primeiro passo na direção da transformação.

E hoje, tomaremos o rumo do elemento diretamente responsável por este processo de mudanças:


O Fogo.


Na história do ocidente, a ‘descoberta’ do fogo foi responsável por grandes mudanças na sobrevivência, na qualidade de vida e na alimentação dos povos. No oriente, o fogo é tão antigo quanto a vida, e inseparável dela.

O processo basal que mantém vivo os seres humanos* é a alimentação, e toda a saúde na Ayurveda será sempre medida pela qualidade do processo digestivo daquele que nos vem ao encontro.

Este processo é fundamentalmente executado por agni, o fogo digestivo. Agni é a força vital capaz de digerir os alimentos e dar bom destino a eles, e funciona como uma fogueira que precisa sempre estar acesa para que possibilite essa transformação.

O fogo de agni não se restringe ao abdômen, e se encontra também, sob outras formas, em todo o corpo, digerindo pensamentos, emoções e dissolvendo excessos – como o muco. A saúde de nossa tez, nosso bem estar hepático e a acuidade de nossa visão são também responsabilidades de agni.

Nenhuma reação em nosso corpo ocorreria se não fosse temperada pelo calor certo. Um corpo exposto ao frio começa a padecer, assim como aquele que se eleva demasiadamente em temperatura perde a capacidade de manter suas estruturas. O Fogo vital é aquele que permite as transformações mais essenciais em nosso organismo: assim como vemos um vegetal modificar sua estrutura quando exposto ao cozimento, podemos compreender que alimentos ingeridos e passados pelo crivo do fogo digestivo em nosso corpo se tornam energia, sustento e remédio.

Veremos a diante como a alimentação é a maior ferramenta curativa da Ayurveda, e como ela influencia diretamente a qualidade desta ‘fogueira’ que citei.

Na natureza existem horas, estações e lugares mais quentes, todos estes influenciando o corpo do qual se fala, no momento em que dele se fala. Desta forma, é visível como o fogo permeia toda a vida, não apenas aquela que reconhecemos dentro de nosso contorno físico chamado de ‘corpo’.

É importante que comecemos aqui a criar uma certa identidade para os elementos, pois em breve eles começarão a se combinar no entendimento das estruturas e funções mais complexas do corpo, bem como na compreensão dos mesmos em todos os alimentos. É esta compreensão que permite que combinemos os tipos de alimento com os tipos de corpo, promovendo a manutenção ou o reestabelecimento da saúde.

Peço a vocês que não deixem nenhuma dúvida sem resposta! Será um prazer conversar diretamente sobre alguma questão que venha a surgir.

No próximo encontro falaremos do último dos elementos: a Terra. Ela é o pico da condensação física, e veremos como podemos vivê-lo a nosso favor!


Espero vocês lá, grande abraço!



*Com exceção dos ascetas – os grande sábios iogues que renunciaram ao alimento. Mas eles são casos especiais, e podemos falar dos mesmos mais a frente se for interessante a todos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

No que a Ayurveda pode te ajudar?


Às vezes parece que sistemas de medicina tratam de assuntos muito gerais, depersonalizados ou que podem nos atingir num nível muito superficial, relativo àquilo que serve para ‘todo mundo’.

Tratando-se de um sistema milenar então, como a Ayurveda, esse distanciamento pode aumentar devido ao questionamento da contextualização da prática.

Estamos lidando, porém, com uma ciência que transpassa todos esse obstáculos. A Ayurveda, por milenar que seja, mantem em seu âmago a essência necessária para a sempre juventude: mira as estruturas e formas pelas quais a experiência se dá e a relação do indivíduo como o todo. Atendo-se a essas características, a inteligência que a move proporciona sua constante renovação, pelo olhar atento e perspicaz através do qual percebe a natureza.

Aquilo que chamamos de concepção ‘holística’ se faz presente nesse caso de maneira basal: toda a compreensão de experiência ayurvédica integra as partes componentes da vida. Elas são apenas separadas em nosso olhar analítico, que se esforça para quebrar o que é e sempre foi uno. Partir deste ponto permite que o trabalho tenha efeitos muito facilmente sentidos, pois aborda nossa experiência de mundo como ela é. Trata também de detalhes, elementos pontuais e distintos, mas sabendo que estes podem apenas ser pensados assim porque já de inicio pertencem a algo inteiro.

O complemento desta visão holística é o reconhecimento da vida como expressão única em cada exemplar. Cada rosto, cada ser, cada pessoa é genuinamente a sabedoria da vida em funcionamento, e acessá-la permite que o cuidado para com aquilo que está relegado se torne mais próximo e original. Ao passo que podemos encontrar regras comuns de funcionamento e caracteres que dividimos com todos os seres, de fato não há um ser igual ao outro, um corpo que se processe da mesma forma que o seguinte ou uma emoção que siga a mesma linha da vizinha. Capacitar um terapeuta a olhar desta forma aquele que se aproxima é entregar a ele com sabedoria a ferramenta do conhecimento, que ao invés de rotular, instrumentaliza o saber para que funcione com cada indivíduo.

Logo, a pergunta inicial pode ser respondida não muito satisfatoriamente... Talvez deixe a impressão de ser resposta vaga, com a possibilidade de elucidá-la através de alguns exemplos.

A Ayurveda pode te ajudar exatamente naquilo que você precisa de ajuda...

E ter olhos para localizar o que isto significa é parte importante do processo, que reconhece o único em meio ao genérico, sem limitá-lo por isso.

A medicina indiana trata tanto diretamente de problemas ‘pontuais’, como: má digestão, gastrite, falta de ar, taquicardia, irritações da pele, aumento ou perda de peso, stress, ansiedade, má circulação, má excreção, depressão, fadiga, hiperatividade e muitos outros, quanto é capaz de compreender a forma pela qual toda a experiência de estar ‘doente’ ou sentir-se desconfortável se dá a cada um. O convite é a possibilidade de lidar assertivamente com aquilo que incomoda, e ainda assim não perder de vista a forma pela qual isso se dá, bem como a capacidade de encarar tais questões e o desenvolvimento humano e emocional que o acompanham.

Exemplos cooperam, mas talvez realmente apenas a própria experiência seja capaz de clarear o tom vago da resposta, e faça surgir uma compreensão límpida e clara do que é curar-se, crescer e mudar.

Boa jornada!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cinco Elementos: A Água


Olá amigos!

Prosseguiremos hoje com o apreço dos cinco elementos, nos aproximando então daquele chamado ÁGUA.

Quase me dá sede só de citar essa palavra... Digo isso porque é necessário entender que os elementos na Ayurveda são muito mais uma experiência do que um objeto externo e alheio a nós. Água, portanto, é mais que H2O, mais que uma gota; e sim a relação que temos com ela, o modo como nos afeta e nos transforma.

É impossível, aliás, falar de água e não falar de transformação. Há vários níveis de transformação na Ayurveda, e certamente a água é o mais sutil deles. Veremos mais adiante como o Fogo é o que representa de forma mais conduntende esse processo, mas que, por ser mais sutil, a água não deixa de ser igualmente transformadora. Ela apenas o faz em um nível distinto, o qual explicaremos a seguir, complementando com algumas questões.

Uma delas é a fundamental capacidade que a água possui tanto de dar liga quanto de dissolver. Se sairmos do modo comum fracionário com o qual costumamos pensar as coisas, e aceitarmos um entendimento que reconheça que qualquer coisa que seja está inextricavelmente relacionada com seu oposto, poderemos compreender como a água é, concomitantemente, o que dissolve e o que unifica. Se unifico terra e água, dissolvo ao mesmo tempo suas identidades iniciais, de ‘terra’ e ‘água’, para então formar ‘lama’. Dissolvendo os alimentos ingeridos nos sucos gástricos, damos unidade a proteínas, e também a toxinas, que podem então ser encaminhadas para o processo de excreção. Quando expelimos estas pela urina, por exemplo, estamos nos dissolvendo através de uma das muitas águas do corpo.

Além da digestão, as águas são essenciais em diversas funções em nosso organismo, como na preservação das articulações e no cérebro. Na primeira, elas mantém sua umidade, permitindo a promoção de desbloqueios; e no segundo caso, funcionam como proteção aos atritos cranianos, formando também uma malha que possibilita a passagem nervosa. Esta água cerebral tem um grande papel também junto às emoções, e é conhecida na Ayurveda como “a água do contentamento”. É ela a responsável pelas sensações de bem estar e boa disposição que somos capazes de experimentar.

Acredito que esses exemplos sejam capazes de nos deslocar do pensamento lugar-comum que apenas nos informa de que somos feitos de três quartos de água; o que parece não fazer muito sentido em nossa experiência, já que costumamos nos sentir tão sólidos... Essa quantidade de água é água em movimento, em transformação, gerando vida em nosso corpo. Não somos reservatórios de água parada, mas cenários de constante movimento, que, através desse elemento, encontra sua capacidade de se unificar, comunicar e dissolver.

Mas não basta agora começar a beber os famosos dois ou três litros de água por dia. Excessos são tão maléficos quanto ausências, e há de se pensar em quem está bebendo essa água. Cada organismo funciona de uma forma peculiar, e alguns já possuem mais água por natureza, precisando então controlar sua ingestão para não recair em uma retenção de líquidos. E é preciso lembrar também que alimentos como frutas e vegetais possuem grande quantidade de água, e que, ao ingerí-los, já estamos igualmente nos hidratando e preservando todas essas importantes funções sobre as quais conversamos.


Mas e você... Como andam as suas águas?


Abraços e até a próxima!