Já fazia tempo que eu devia uma atualização por aqui e, pra quem acompanha o site (www.contatoemsaude.com.br), fica claro o motivo... Muitas coisas rolando, mas todas bacanas e que, se não justificam, ao menos explicam a ausência pelas terras de cá!
Mas o importante é que hoje estamos aqui de volta, e vamos dar sequência ao que viemos estudando e conhecendo ao longo do tempo em que nos comunicamos por aqui.
Até então, já falamos sobre a Saúde na Ayurveda e sobre sua forma de trabalho, e conversamos sobre a primeira rota básica desse sistema medicinal: os Pancha Maha Buthas - Os Cinco Grande Elementos (se quiser recordá-los, clique aqui ao lado e veja o texto de cada um!).
Na compreensão védica, todo o Universo e tudo nele é composto de combinações e proporções diferentes de Éter, Ar, Água, Fogo e Terra. Esses elementos se misturam de formas diversas para dar origem às manifestações naturais, às diferentes partes e funções do nosso corpo, aos alimentos, aos sentimentos e às sensações... Nosso espectro mental e emocional é igual e basicamente formado por estes elementos, o que vai nos abrir ainda muitas discussões bacanas sobre a forma como sentimos e experimentamos o mundo!
Hoje, porém, quero começar por uma via que vai nos ensinar o suficiente pra continuar conversando futuramente sem perder o fio da meada:
Os Doshas!
Essa palavra (dosha) talvez seja a mais famosa dentro da Medicina Indiana, e é também amplamente considerada na Yoga, mesmo que nem sempre esse fato seja explícito durante as práticas. Isso acontece porque os doshas são essenciais no reconhecimento da nossa natureza e daquilo que será mais adequado à nossa vida, em diversos de seus aspectos, ao longo do tempo, para benefício de nossa Saúde.
O termo dosha, de fato, significa "obstáculo".
Isso pode inicialmente parecer confuso, já que "obstáculo" não seria o mais indicado para a base de uma ciência que estuda a Saúde e a Longa (e boa) Vida. Mas o estranhamento logo se desfaz quando nos aprofundamos no tema e descobrimos que esse obstáculo é uma contraposição à idéia de natureza absoluta e perfeita que mantém a vida: diante dela, somos manifestações materiais que volta e meia "dão defeito", se mostrando como um "obstáculo" na tentativa da natureza absoluta se mostrar.
O termo não é pejorativo essencialmente, apenas ratifica o caráter de funcionalidade dos fenômenos da vida diante de um caráter mais absoluto daquilo que se crê como o reservatório de todo o ser.
Os Doshas são então detalhadamente descritos pela Ayurveda para que possamos nos aproximar da exata forma como funcionamos, de modo que possamos intervir nesta para direcionar a manifestação vital a um campo de Saúde e Consciência.
Eles são três e compõem as principais formas de existência, e se denominam por: Vata, Pitta e Kapha.
Cada um representa a junção de dois daqueles Cinco Grandes Elementos que estudamos anteriormente, carregando em si as qualidades e características de ambos os que contém.
Vata é formado por Ar e Éter, e se torna assim, o mais leve e volátil dos doshas, representando em nosso corpo todos os processos sutis e rápidos, e em nossa mente toda a abstração e criatividade.
Pitta é a junção de Água e Fogo, sendo o principal diretor de nosso metabolismo por sua capacidade de gerar calor. A Água lhe confere maleabilidade e densidade, levando ao campo emocional sentimentos e sensações intensas e fortes!
E, por último, mas não menos importante, está Kapha com a união de Água e Terra, tornando-se o mais denso dos três e representante de tudo que é matéria e massa em nosso corpo. Em termos subjetivos, essa influência é muito sutil e profunda nas emoções, e muito amorosa quando equilibrada.
A partir desses três nomes que hoje lhes foram apresentados, poderemos aprofundar e conhecer muito mais sobre Ayurveda e, principalmente, sobre nossa Vida e Saúde daqui para frente!
Espero vocês para mais um capítulo dessa história, onde vamos conhecer um pouco mais sobre o Dosha Vata.
Até lá e boa leitura!